Eu, apesar de ter curtido muito a New Wave, detestava grupos como Tears for Fears ou Talking Heads. Na verdade, eu e meu irmão tínhamos um pacto: quem gostasse de uma banda, o outro iria odiar.
Minha praia era o B-52’s, Prince, Duran Duran (na foto do alto) e Billy Idol. Aliás, Billy Idol foi meu passaporte para o Punk Rock. Mas os "Duranies" eram o meu xodó. Comecei a vender a discografia do Queen e comprar LPs do DD.
Nessa mesma época, estava rolando um lance importante: a fundação da Associação dos Quadrinhistas Gaúchos. Era um grupo bem heterogêneo: Lucas Andrade, eu, Ernani, Rodrigo Rosa, Oscar Kern (finado criador do fanzine Historieta), Paulo Carvalho, Léo Machado, Marcos Pinto (hoje, professor de desenho infantil) e outros que vieram depois.
Quando saímos do Rosário (em Porto Alegre, né não?) e fomos nos reunir na minha casa, Ernani começou a levar fitas K-7 do Manowar. Todos nós ficamos apavorados, mas acabamos gostando, pois era o som do Conan.
Sobre a New Wave: na Inglaterra ela foi uma resposta ao Punk, mas aqui não havia o Punk ainda. Acho que foi nesse mesmo ano que nós viajamos, de carro, para Sampa. No rádio, tocou uma música de uma banda nova: The Cure (abaixo).
Voltamos ao RS e vi um documentário sobre um bando de doidos jogando bola de sobretudo: The Cure.Fui para a (Avenida) Osvaldo Aranha, apenas observar: vi os "darks" se beijando, cheirando pó. Vi amigos meus usando batom.
Voltei para casa e peguei meu LP "Why Work for Death?". Esse era o meu caminho: era o Hard-core.
Comecei a usar roupas pretas, cabelos em desalinho e um par de coturnos. Não tinha grana para comprar um jaco. Voltei ao (bairro porto alegrense) Bonfim e fiquei observando os punks, indo aos shows do Pupilas (Dilatadas). Ainda não era meu tempo de entrar para a gangue. Precisava acabar a porra da faculdade...
Os detalhes entre parênteses, fotos e a edição do nostálgico artigo do Jerônimo, foram obra minha (ANDF). Hehehe!
Muito obrigado pela edição e pela escolha de fotos, as quais ficaram do meu agrado, meu bruxo!
ResponderExcluirÉ verdade, na década de 1980, na ânsia de sermos alternativos e anti-sistema, desprezávamos sons que considerávamos comerciais e hoje cultuamos as bandas e cantores daquele tempo.
ResponderExcluirDoeppre, isso deve acontecer porque as bandas e cantores(a) daquele tempo já não são tão comerciais atualmente. Gravadoras, então, não vendem nem 10% da quantidade de discos/k7/CDs, etc que vendiam antigamente. Sinal dos tempos...
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